terça-feira, julho 22, 2003

Ecstasy - O mito da "droga inofenssiva"
Há algo de novo nas noitadas das grandes cidades. O ecstasy, a "bala" das festas, deixou definitivamente de ser droga do mundinho clubber, para torna-se aditivo comum entre adolescentes da classe média. Transformou-se na nova porta de entrada no mundo das drogas. Com o falso marketing de substância inofensiva, que provoca euforia sem causar dependencia, o ecstasy é experimentado pelos jovens em raves e em casas de amigos. O crescimento do consumo pode ser provocado pelas apreensões feitas pela Polícia Federal nos últimos meses. De janeiro a abril deste ano foram mais de 54mil comprimidos - três vezes mais que todo o ano passado. Até 2001 era raro encontrar nas clínicas de tratamento de viciados os consumidores da "bala", "E", como o ecstasy também é chamado. Desde o ano passado, eles correspondem a 25% das internações.
Nas festas do RJ e SP, o consumo servio também para ressuscitar o alucinógeno dos anos 50, o lança-perfume. Ele é usado para "aquecer os motores", porque o ecstasy leva 30 minutos para fazer efeito.
Parte do sucesso do ecstasy é baseado na tese de que a droga seria inofensiva, prque não gera depêndencia química. Bobagem. "ela causa dependência psíquica, o que muitas vezes pode ser mais dificil de tratar. O MDMA, princípio componente ativo da droga, provoca forte descarga de serotonina, o neurotransmissor responsável pela sensação de prezer e bem-estar. Após quatro a seis horas, o nivel de seretonina baixa p/ proximo de zero, o que nas primeiras vezes provoca uma espécie de "baixo-astral", e a longo do prazo pode evoluir para um quadro clinico de depressão. Isso faz com que o usuário volte a recorrer à droga frequentemente para evitar o desconforto. "ELE QUER SEMPRE MAIS". Dificil é explicar isso aos dependentes. Há uma diferença de atitude entre os usuários que trouxeram as primeiras pílulas para o Brasil e os internados hoje. "Antes os usuarios chegavam cheios de duvidas, preocupados, queria informações. Agora eles agem com desprezo e dizem que não dependem da droga.
Criado em laboratório em 1914, o ecstasy é parente das anfetaminas, drogas presentes em vários remédios para emagrecer e usadas pelos caminhoneiros para permanecer acordados durante as madrugadas. Nos anos 60, médicos imaginaram que ele poderia ser usado para o tratamento de depressão, mas hoje o concenso dos especialistas é justamente oposto. Uma pesquisa de dois anos, divulgada em março, revelou que pessoas que usam o alucinógeno, mesmo que eventualmente, têm quatro vezes mais chances de ter depressão que aquelas que consomem outros tipos de drogas.
Há controvérsias sobre a extensão do estrago que o ecstasy produz no cérebro a longo prazo. Alguns cientistas acham que ele pode deflagrar até quadros de esquizofrenia. Os riscos imediatos, porém, são bem conhecidos. A droga afeta o mecanismo de controle da temperatura corporal, superaquecendo o organismo. O calor em excesso destrói enzimas do sangue e pode provocar convulsões e parada cardiácas. Daí vem a maior parte das mortes entre usuários. No Reino Unido, onde as raves são verdadeiras instituições, 202 pessoas morreram nos ultimos seis anos pelo consumo da "bala". A situação é tão critíca que a prefeitura de Londres baixou uma portaria determinando que as casas noturnas distribuam água gratuitamente aos frequentadores, além de manter um atendimento médico de plantão.
DEVIAM FAZER ISSO AQUI NO BRASIL!!!!!!!!!